A televisão se transforma rapidamente e o cruel mundo dos negócios engole o ainda romântico criador de conteúdo

quarta-feira, 9 de junho de 2010
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Já foi a época em que os bastidores da televisão abrigavam sonhadores e românticos em relação ao que era produzido para conquistar as pessoas e marcar as grades desenhadas atentamente nos gabinetes dos executivos. Os mais velhos afirmam que nas décadas passadas o departamento mais importante de uma emissora de TV era o bar onde aconteciam longas conversas, trocas de informações e a criação de verdadeiros clássicos da TV. Atualmente, os “cafés” permanecem instalados nas emissoras, mas as conversas já não são mais as mesmas. São poucos os preocupados com o futuro da televisão ou com a qualidade do que é exibido, mas os números de audiência, o faturamento dos programas e as ações de publicidade ganham calorosas discussões. Tudo é “bussines”. O que vale é o hoje, o quanto entrou na  conta e o que é necessário para se adquirir o formato criado em outro país, mas que foi sucesso na última feira internacional de televisão. Até mesmo as estratégias para derrubar a concorrência ficam reservadas para as tensas reuniões semanais. E assim o futuro do mais popular veículo de comunicação (pelo menos é o que afirmam os executivos da TV) é desenhado diariamente nos corredores das emissora.
Mesmo em número reduzido e também com um olho no “bussines”, alguns ainda perdem tempo nas projeções do que será tudo isso. As novas mídias vão tirar audiência da TV? Como a convergência de mídias funcionará para o público e para os produtores? São apenas duas perguntas que aparecem nos diálogos dos “últimos românticos” que ainda enxergam a TV como um espaço para a criatividade, mobilização da sociedade e transformação do ser humano.  O fato é que a televisão no Brasil se transforma rapidamente e num futuro próximo agilidade será a palavra mais ditadas nas cobranças das chefias e criatividade com qualidade pode ser o diferencial num mercado acirrado e equilibrado. É importante sim olhar a TV como um negócio, mas ninguém pode deixar de lado um certo romantismo na produção de programas, novelas e realitys.

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